domingo, 24 de agosto de 2014

TEXTO ESCRITO PARA PEDRO JOSÉ NO DIA DOS PAIS

Não costumo gostar dos textos que escrevo. Mas este tem um grande valor sentimental e passou pelo crivo de um dos meus maiores críticos (pasmei!). Que a forte intertextualidade com textos bíblicos não escandalize ninguém. O apóstolo é uma das minhas grandes inspirações. E do Pedro José também.

"Dia de Pedro no Puxadinho.

Em verdade te digo, Pedro, que nem antes, nem depois de o galo ter cantado eu te neguei. Sou tua cara escrita e escarrada e que bom! Ausenta-te mesmo assim de mim, pois sou pecadora, pai. Mas se quiseres me lavar os pés, pra que contigo eu tenha parte, lava-me por inteiro com tua alegria pagã.
Quo Vadis, Domine?
Diga-me e irei atrás. Quem sai aos seus... como eles degenera.
Vamos à Roma, pois boca temos e falamos pacas. Sejamos atados para que nos levem onde não queremos. Crucificados juntos e faceiros vejamos, de cabeça para baixo, esse mundo... sumir.
Pois antes, ao andar sobre as águas e quase afundar, tu me estendeste teu braço forte, o teu braço esquerdo, e me disseste: "pequena desgarrada, mulher-menina-pirralha de pequena fé... por que duvidaste?" E eu pensei, "duvidei de mim porque, no fundo, no fundo, sabia que podia confiar em ti, Pedro, pra me trazer à superfícialidade." 
Se um filho eu tivesse, teu/meu nome daria e a outra criatura transmitiria o nosso legado, mas... tamu juntu, Machado.
Todo dia é dia de Pedro, porque todo dia Pedrina acorda e o entrevê no espelho...
"Em verdade te digo, tu és Pedro e desta pedra derivarei sufixalmente (num sufixo de diminutivo) uma pedrinha."
Que seja hoje, então, dia de declarar: Pedro é meu pai e que bom!"

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